Senado aprova marco regulatório para produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono

Projeto estabelece incentivos fiscais e financeiros para descarbonizar matriz energética

O Senado concluiu nesta quarta-feira (3) a votação do Projeto de Lei 2.308/2023, que estabelece o marco regulatório para a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono. O texto já havia sido aprovado, mas quatro destaques pendentes foram rejeitados. Agora, o projeto volta à Câmara dos Deputados.

Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono

Proposto pelo deputado Gilson Marques (Novo-SC), o projeto visa incentivar a indústria de hidrogênio combustível no Brasil para contribuir com a descarbonização da matriz energética. O relator, senador Otto Alencar (PSD-BA), fez alterações no texto original e incluiu emendas. Entre os componentes da nova política estão:

  • Programa Nacional do Hidrogênio
  • Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC)
  • Sistema Brasileiro de Certificação do Hidrogênio
  • Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro)

Incentivos e produção sustentável

A lei incentiva a produção de hidrogênio de baixa emissão, incluindo o obtido de fontes renováveis como biomassas, etanol e biocombustíveis, além do hidrogênio eletrolítico produzido por eletrólise da água com energias renováveis (solar, eólica, hidráulica, etc.).

Rehidro e incentivos fiscais

Os incentivos creditícios e tributários do Rehidro terão vigência de cinco anos, suspendendo a incidência do PIS/Pasep e da Cofins sobre matérias-primas e outros insumos. Empresas envolvidas na produção, transporte, distribuição, armazenamento e comercialização de hidrogênio de baixo carbono poderão participar do Rehidro, desde que cumpram requisitos de investimento em pesquisa e inovação e utilizem um percentual mínimo de bens e serviços de origem nacional.

Sistema de certificação e comitê gestor

O projeto cria um sistema brasileiro de certificação do hidrogênio, que avaliará o processo produtivo, insumos, localização, ciclo de vida do hidrogênio e emissão de dióxido de carbono. As diretrizes de incentivo serão definidas por um comitê composto por representantes de órgãos do Executivo federal, estados, Distrito Federal, comunidade científica e setor produtivo.

Créditos fiscais

Créditos fiscais serão concedidos para operações de compra e venda de hidrogênio de baixa emissão, desde que os projetos contribuam para o desenvolvimento tecnológico e regional, e a mitigação das mudanças climáticas. Os créditos poderão ser usados para pagar tributos federais e ressarcidos em dinheiro se necessário.

Infraestrutura e mudanças na legislação

O texto inclui empresas do Rehidro no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi), que beneficia setores de transportes, energia e saneamento, entre outros, com isenção de PIS/Pasep e Cofins.

Questão jurídica envolvida

A criação de um marco regulatório para a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono visa estabelecer um ambiente seguro e atrativo para investimentos, além de promover a sustentabilidade e a descarbonização da matriz energética brasileira.

Legislação de referência

Projeto de Lei 2.308/2023 “Estabelece o marco regulatório para a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, cria a Política Nacional do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, e define incentivos fiscais e financeiros para o setor.”

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