Julian Assange, fundador do WikiLeaks, foi libertado após 12 anos de confinamento, tendo negociado um acordo judicial com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos relacionado às acusações pela publicação de materiais classificados em seu site.
Anos de Confinamento
Assange, uma figura polarizadora, passou os últimos cinco anos preso no Reino Unido, enfrentando pedidos de extradição dos EUA. Antes disso, ele ficou sete anos refugiado na Embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para os EUA e enfrentar acusações na Suécia.
Acusações e Acordo Judicial
Assange enfrentava 18 acusações nos EUA, que poderiam resultar em até 175 anos de prisão. Os documentos de acusação atualizados agora o acusam de uma única contagem de conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional. A acusação envolve sua colaboração com Chelsea Manning, que vazou documentos militares confidenciais para o WikiLeaks.
Manning, ex-analista de inteligência do Exército dos EUA, foi condenada em 2013 a 35 anos de prisão, mas teve sua sentença comutada pelo então presidente Barack Obama em 2017.
Condições do Acordo
Assange deve se declarar culpado na quarta-feira em um tribunal federal nas Ilhas Marianas do Norte, território dos EUA próximo à Austrália. Ele resistiu a se declarar culpado nos EUA continentais, levando as partes a concordar com uma localização mais próxima de seu país de origem.
Expectativas e Retorno à Austrália
De acordo com promotores dos EUA, Assange deve se declarar culpado e retornar imediatamente à Austrália, sua terra natal, onde deve se reunir com sua família. A expectativa é que a sentença leve em consideração o tempo que ele já cumpriu no Reino Unido.
Reação do WikiLeaks
O WikiLeaks anunciou que Assange foi libertado sob fiança e deixou o Reino Unido para a Austrália. A organização destacou que o acordo judicial ainda não foi finalizado formalmente, mas foi resultado de uma longa campanha global que envolveu defensores da liberdade de imprensa e organizações de direitos humanos.