Alemanha classifica movimento pró-Palestina como “caso suspeito de extremismo”

Relatório aponta vínculos do movimento com organizações extremistas

O Ministério Federal do Interior da Alemanha publicou na terça-feira um relatório classificando o movimento Boycott, Divestment and Sanctions (BDS), que promove o boicote a Israel, como um “caso suspeito de extremismo”.

Vínculos e Objetivos do BDS

O movimento BDS foi fundado em 2005 e é apoiado por mais de 170 organizações palestinas, incluindo grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina (PIJ). O BDS defende um boicote econômico e a imposição de sanções contra Israel. Segundo o relatório, o objetivo do movimento de acabar com a ocupação de todas as terras árabes é visto como um chamado para acabar com a existência de Israel como Estado, violando o princípio de “Völkerverständigung” (entendimento internacional).

De acordo com o Artigo 9(2) da Lei Básica da República Federal da Alemanha, “associações cujos objetivos ou atividades são direcionados contra a ordem constitucional ou contra a ideia de entendimento internacional são proibidas.”

Impacto na Segurança Alemã

No prefácio do relatório, a ministra do Interior, Nancy Faeser, mencionou a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e os ataques do Hamas em outubro de 2023 como fontes de instabilidade para a segurança na Alemanha. O documento de 408 páginas aborda diversos temas, incluindo crimes politicamente motivados, extremismo de direita e de esquerda, terrorismo islâmico, extremismo relacionado a estrangeiros, espionagem e guerra cibernética.

Ações do Parlamento Alemão

Em 2019, o Bundestag alemão adotou uma moção intitulada “combatendo resolutamente o movimento BDS – combatendo o antissemitismo.” A moção condenou fortemente o antissemitismo e a campanha do BDS, além de pedir ao governo federal que proibisse eventos organizados pelo BDS ou por grupos com objetivos semelhantes.

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