O medo e a desinformação afetam a percepção dos brasileiros sobre a segurança e eficácia das vacinas. Segundo o “Estudo sobre Consciência Vacinal no Brasil”, realizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e a Universidade Santo Amaro (Unisa), pelo menos 1 a cada 5 brasileiros já sentiu medo de se vacinar ou desistiu após ler notícias negativas em plataformas digitais.
Resultados da Pesquisa
Lançada em 5 de junho no CNMP, a pesquisa entrevistou três mil pessoas em todo o país. O estudo revelou que 72% dos entrevistados confiam nas vacinas. No entanto, os menores índices de confiança estão entre pessoas com escolaridade até o ensino fundamental (67%) e renda de até dois salários-mínimos (65%). No recorte religioso, evangélicos apresentam 61% de confiança. Além disso, 74% dos entrevistados aprovam a inclusão da vacina contra a Covid-19 no calendário nacional de vacinação.
Percepções sobre Vacinas e Redes Sociais
Entre os entrevistados, 21% avaliam como alto o risco de reações das vacinas, e 27% já sentiram medo de vacinar ou levar alguém para vacinar. Das pessoas que se informam pelas redes sociais e WhatsApp, uma a cada cinco decidiu não vacinar após ler notícias negativas. A maioria, 85%, considera conhecer bem o calendário vacinal do Ministério da Saúde.
Pacto Nacional pela Consciência Vacinal
O estudo é parte do Pacto Nacional pela Consciência Vacinal, lançado para melhorar os índices de vacinação no Brasil. Mais de 170 instituições e governos de 18 estados já aderiram à iniciativa.
Questão Jurídica Envolvida
A questão jurídica central envolve o impacto da desinformação e da percepção pública sobre a segurança e eficácia das vacinas, influenciando políticas de saúde pública e o cumprimento das diretrizes de vacinação estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
Legislação de Referência
Lei 13.979/2020: “Dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019.”
Art. 196 da Constituição Federal: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”