Conselho de Segurança da ONU rejeita resolução russa sobre armas no espaço

Resolução buscava impedir corrida armamentista espacial, mas enfrenta oposição ocidental

Na segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU rejeitou uma resolução proposta pela Rússia que instava os países a impedir o uso de armas no espaço. A resolução visava prevenir uma corrida armamentista espacial e preservar o espaço para fins exclusivamente pacíficos. Com sete votos a favor, incluindo China, e sete contra, o projeto não alcançou os nove votos afirmativos necessários para ser aprovado. Resoluções do Conselho de Segurança da ONU, uma vez adotadas, são legalmente vinculativas para todos os estados membros.

Proposta e críticas

A Rússia alegou que sua proposta era uma melhoria em relação a uma proposta anterior apoiada pelos EUA e Japão, que a Rússia vetou em abril. O representante permanente da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, chamou a votação de segunda-feira de um “momento da verdade” para os estados ocidentais, dizendo que, se eles não votassem a favor da resolução, isso demonstraria sua intenção de militarizar o espaço.

Em resposta, o embaixador dos EUA, Robert Wood, afirmou que o projeto russo era parte de uma tentativa de desviar a atenção global do desenvolvimento de um satélite carregando um dispositivo nuclear, chamando-o de “manipulação diplomática”. Wood criticou o texto “apressadamente” elaborado por não trazer nenhuma “expansão” ao Tratado do Espaço Exterior de 1967. Em vez disso, disse que o texto restringe o escopo de proteção e inclui um “mecanismo vinculativo longo que não pode ser verificado”. Wood afirmou que, se a Rússia apoiasse a declaração anterior do presidente Vladimir Putin de que não haveria armas no espaço, deveria ter apoiado o projeto anterior, que teve o apoio de mais de 65 estados.

Histórico e contexto

Esta é a segunda vez que o conselho se divide sobre uma resolução sobre o tema desde 21 de abril, quando a Rússia vetou uma resolução similar proposta pelos EUA e Japão, chamando aquele projeto de “absolutamente absurdo e politizado”. A proposta de abril foi anunciada após os EUA acusarem a Rússia, em fevereiro, de desenvolver uma arma nuclear anti-satélite para colocar no espaço.

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