Na terça-feira, o Tribunal Distrital Basmanyy da Rússia emitiu um mandado de prisão contra Yulia Navalnaya, viúva do falecido líder oposicionista Alexei Navalny, acusando-a de participar de um grupo “extremista”. Navalnaya, que atualmente reside fora da Rússia, enfrentaria prisão imediata caso decidisse retornar ao país. Ela foi acusada sob a parte 2 do Artigo 282.1 do Código Penal da Federação Russa, que pune a participação em uma comunidade extremista com até seis anos de prisão. O tribunal aprovou um pedido do Comitê de Investigação da Rússia para que Navalnaya fosse colocada em detenção pré-julgamento por um período de dois meses.
Reação de Yulia Navalnaya e da Comunidade Internacional
Navalnaya, de 47 anos, criticou veementemente a decisão, chamando o presidente Vladimir Putin de “assassino e criminoso de guerra”. Ela afirmou que o lugar de Putin é na prisão, “não em Haia, em uma cela aconchegante com TV, mas na Rússia – na mesma colônia e na mesma cela de 2 por 3 metros onde ele matou Alexei.” Leonid Volkov, ex-chefe de gabinete de Alexei Navalny, ressaltou a importância do movimento do “infame tribunal Basmanny”, destacando a determinação inabalável de Navalnaya em continuar o legado de seu marido contra a corrupção e a autocracia.
Reações de Líderes Internacionais
O chanceler alemão Olaf Scholz condenou o mandado, classificando-o como um ataque contra a liberdade e a democracia. Scholz afirmou: “Após a morte de seu marido Alexei Navalny, ela carrega seu legado — e com ela, muitos russos.” Desde a morte de seu marido em uma prisão no Ártico em fevereiro, Navalnaya tem prometido continuar sua luta, encontrando-se com líderes mundiais e defendendo a democracia.
Situação de Vladimir Kara-Murza
A notícia vem junto com o anúncio de que o contato foi perdido com o político oposicionista russo Vladimir Kara-Murza desde sua transferência de um hospital prisional na semana passada.