Na segunda-feira, a 78ª Sessão da Assembleia Geral da ONU adotou a resolução “Aprimorando a cooperação internacional em capacitação de inteligência artificial” (A/78/L.86). Introduzida pela China, o texto busca reduzir as desigualdades em inteligência artificial (IA) entre e dentro dos países, com o objetivo particular de aumentar as capacidades tecnológicas dos países em desenvolvimento.
Importância Socioeconômica da IA
A resolução e o representante da China na Sessão da ONU destacaram o impacto das tecnologias de IA no desenvolvimento socioeconômico dos países. No entanto, os benefícios dessas tecnologias não estão sendo plenamente acessados pelos países em desenvolvimento, o que amplia a divisão digital global. A cooperação em IA é reconhecida por meio de atividades como compartilhamento de conhecimento, financiamento público e privado adequado, mobilização de assistência para implementação e capacitação para países em desenvolvimento. A resolução também enfatiza a necessidade de sistemas éticos e em total respeito aos direitos humanos e ao direito internacional. No entanto, não aborda o uso de IA para fins militares.
Redução da Divisão Digital
A resolução convoca a comunidade internacional a fomentar a cooperação e promover um ambiente de negócios justo. Os estados membros são instados a remover obstáculos para os países em desenvolvimento e a incorporar a capacitação em seus planos e estratégias nacionais de desenvolvimento, onde for apropriado. A resolução também encoraja governos, setor privado, mídia e instituições acadêmicas, entre outros, a reduzir as barreiras tecnológicas.
Contexto e Próximos Passos
A adoção desta resolução segue a Resolução 78/265 de março, “Aproveitando as oportunidades de sistemas de inteligência artificial seguros, protegidos e confiáveis para o desenvolvimento sustentável”, proposta pelos EUA, bem como o lançamento em junho dos princípios globais da ONU para enfrentar a desinformação e o discurso de ódio. A resolução solicita um relatório do Secretário-Geral sobre os desafios únicos enfrentados pelos países em desenvolvimento e recomendações para abordar os desafios da IA. O Corpo Consultivo sobre Inteligência Artificial também divulgará um relatório final a ser publicado ainda este ano, antes da “Cúpula do Futuro” da ONU em setembro.