Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral da Colômbia formalmente acusou o ex-presidente Álvaro Uribe de manipulação de testemunhas e fraude processual.
Audiência de Acusação
A acusação foi feita durante a Audiência de Acusação realizada na 44ª Vara Penal do Circuito de Bogotá, presidida pela Juíza Sandra Liliana Heredia. A equipe de defesa de Uribe solicitou a anulação do processo, mas o pedido foi rapidamente rejeitado pela juíza. Esta decisão marca o início formal do julgamento de Uribe, com possíveis consequências que podem resultar em uma sentença de prisão de 6 a 12 anos, caso seja considerado culpado.
Reconhecimento de Vítimas
Durante os procedimentos, a juíza Heredia reconheceu o senador Iván Cepeda, os ex-procuradores gerais Jorge Perdomo e Eduardo Montealegre, além de Deyanira Gómez, ex-esposa do paramilitar Juan Guillermo Monsalve, como vítimas no caso. A juíza explicou sua decisão afirmando:
“Houve um dano concreto causado pelas ações do réu, visando afetar o bom nome e a integridade moral do senador, ao associá-lo com a prática de condutas criminosas.”
No caso de Deyanira Gómez, a juíza destacou que há mérito para considerar que ela sofreu assédio por parte do ex-presidente e seus advogados, levando-a a exilar-se no Canadá com seus filhos.
Acusações Formais
As acusações contra Álvaro Uribe envolvem alegações de que ele tentou subornar testemunhas para alterar ou retratar seus depoimentos sobre seus supostos vínculos com grupos paramilitares. O caso tem suas raízes em uma investigação que começou há mais de uma década, quando Uribe acusou o senador Iván Cepeda de manipular paramilitares para testemunhar contra ele. No entanto, a Suprema Corte redirecionou a investigação para Uribe, focando em evidências que sugeriam que ele pressionava testemunhas para mudar seus testemunhos. A Procuradoria-Geral afirma que Uribe supostamente instruiu seu assessor, Diego Cadena, a entrar em contato com ex-paramilitares e oferecer-lhes benefícios em troca de depoimentos falsos ou retratações de declarações incriminatórias.
Processo Judicial
O processo judicial contra Uribe já dura mais de uma década. Começou em fevereiro de 2012, quando Uribe apresentou uma queixa contra o senador Iván Cepeda perante a Suprema Corte, acusando-o de manipulação de testemunhas envolvendo atividades paramilitares. No entanto, a alta corte encontrou indícios de que o ex-presidente poderia ter cometido esses crimes, levando a uma reviravolta dramática no caso.
Próximas Etapas
Após ser formalmente acusado, Uribe agora assume o papel de réu. O processo legal avança para a fase de descoberta de provas, durante a qual a Procuradoria-Geral deve apresentar todas as evidências que pretende usar no julgamento. Esta fase marca a audiência preparatória para o julgamento, onde as provas e testemunhos são apresentados. Tanto a defesa quanto a acusação terão a chance de apresentar seus argumentos, contra-argumentos e evidências. No final, um veredicto será emitido, determinando se o réu será absolvido ou condenado.
